25/05/2012

Resenhas do EP "Dialectic" no site Whiplash!

Algo muito válido para a divulgação do nome de qualquer banda é a tendência em lançar registros sucessivos, e isso o Pandemmy leva a sério. Os pernambucanos iniciaram suas atividades em 2009 para marcarem os anos seguintes com as demos "Self-Destruction" (10) e “Idiocracy” (11) – sendo que, na divulgação deste trabalho, o grupo na foi o vencedor da edição de 2011 do W:O:A Metal Battle, ocorrida em Pernambuco. Merecido! E agora está chegando ao público “Dialectic”, seu mais novo EP.

O Pandemmy sempre manteve laços estreitos com o Thrash e Death Metal, em canções  repletas de carisma e espontaneidade. Mas o repertório de “Dialectic” segue o conceito do filósofo grego Heráclito, onde os seres estão em constante movimento. Dito e feito: as raízes da música extrema se fazem presentes, mas o peso se estende para além das guitarras, propiciando uma atmosfera bastante balanceada em viagem e fúria avassaladora.

Se “Common Is Different Than Normal” (ótimas linhas de baixo!) mostra a vontade de explorar novos padrões melódicos de forma sutil, as mudanças seguem com mais força na furiosa "Heralds Of The Reckoning" (que pende para o Gothenburg Sound) e "The Age Of Mammon" (com ótimo trabalho de guitarras e voz, além de discreto uso de teclados). Boas faixas, mas é "Entrapment (Death Of All Kings)" que foge completamente do que o Pandemmy ofereceu até então; a composição vai crescendo e trabalhando com elementos acústicos, referências do Doom, coros e linhas vocais limpas. Um incrível exemplo que mostra a ótima fase criativa destes pernambucanos.

“Dialectic” foi propositadamente elaborado para ser diferente do que se espera. Ainda que o resultado aumente as expectativas em escutar o que virá pelo futuro, o Pandemmy deixa claro que o estilo que funde o Death e Thrash Metal dos EPs anteriores é que prevalecerá no seu primeiro disco completo, cuja previsão de lançamento é 2013 e terá como produtor Fabiano Penna (The Ordher, Andralls, Thorns Of Evil). Estamos no aguardo!
Por Ben Ami Scopinho.
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O quinteto de thrash/death metal pernambucano Pandemmy não tira o pé do acelerador. Desde a fundação do grupo - em 2010 -, a banda mantém a boa média de um lançamento por ano e, em "Dialectic", os músicos arriscam mais um passo significativo em suas carreiras.

Se em "Idiocracy" (2011) a banda já mostrara uma evolução latente em relação ao lançamento anterior - a demo 'Self-Destruction', de 2010 -, neste EP o processo evolutivo do grupo fica ainda mais evidente. Deixo claro: a evolução predomina, principalmente, no aspecto mais importante para quem deseja ser músico, a composição.

A audição do EP inicia-se com "Shatter the Soul" que, resumidamente, trata-se de uma introdução instrumental bem estruturada cuja base gira em torno dos riffs e linhas de baterias. Além disso, há a inserção de teclados que, em conjunto com alguns elementos melódicos, ajuda a transmitir uma carga grande de suspense, ou seja, uma composição sob medida para servir de introdução aos shows da banda. Boa forma de abrir o álbum e, principalmente, um excelente cartão de visitas para o novo baterista dos caras, Ricardo Lira.

Logo em seguida, vem uma já presente nos últimos setlists da banda, "Common is Different Than Normal'. A faixa trata-se de um death/thrash tradicional centrada no refrão. Os vocais de Rafael Gorga mostram-se mais eficientes e melhores gravados que em 'Idiocracy'; contudo, quem rouba a cena nessa faixa é o baixo de Augusto Ferrer... em determinado momento o músico encarna Joey DeMaio ('Manowar') e simplesmente 'debulha' um solo de baixo (palhetado) bem interessante. Pouco previsível, no mínimo. Enfim, uma boa música, porém normal. As maiores surpresas ainda estão por vir.

Na terceira faixa ("Heralds of The Reckoning"), o nível de peso e agressividade eleva-se e com uma influência notória do melodic death metal europeu. Destacam-se as guitarras - de Pedro Valença e Diego Lacerda -, a performance vocal e, principalmente, o refrão que é bem grudento. Característica esta às vezes rara em grupos que utilizam vocalizações guturais. Apesar de boa, é uma pena que seja uma composição bem curta (não atinge nem os três minutos). Após essa 'paulada', o EP tem seu encerramento com duas das melhores e mais diferentes composições do 'Pandemmy', "The Age of Mammon" e "Entrapment".

A primeira citada chama a atenção pelos riffs de sua introdução, pois traz elementos neoclássicos a lá 'Malmsteen' (com o uso de nota pedal, sendo específico)... algo não muito comum no death metal. O teclado, realizando uma boa ambientação, novamente se faz presente. Mais uma vez, os riffs e os refrões destacam-se. Com essa composição, a banda arrisca elementos novos e apontam uma nova direção para o seu trabalho, pois essas características mais melódicas ainda são pouco praticado pelas bandas do metal extremo Brasil. Por fim, destaco o excelente solo de guitarra: bem melódico e cadenciado.

Já a segunda ("Entrapment"), exibe características bem distintas, atípicas ao que se espera da sonoridade do "Pandemmy"; trata-se de um 'épico' refleto de riffs arrastados - próximos ao doom metal - , uso de violões e vocais em coros. Tudo isso desenvolve-se e, em seu final, apresenta o ápice com vocais limpos em harmonia. Definitivamente, um dos melhores momentos, até agora, do "Pandemmy".

Por fim, completa a obra a arte do designer paraíbano Adjair França que, nas palavras da banda, representa os conflitos relacionados as constantes mudanças e reflexões do ser humano relacionadas com as influências de elementos externos. Uma capa com um conceito bem interessante e que casa com a proposta musical do trabalho.

Em suma, "Dialectic" apresenta um ótimo material de uma banda nova que já demonstra sinais de amadurecimento e, como já fora anunciado, também é uma prévia para o almejado debut - cujo lançamento está previsto para 2013. O lançamento oficial ocorreu durante a participação do quinteto na vigésima edição do 'Festival Abril Pro Rock', no Recife. Para quem gostou, vale a pena conferir, comprar e apoiar o trabalho dos caras.
Por Thiago Pimentel.

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