E mais uma vez, as terras
férteis do Nordeste mostram o quanto podem dar de bons nomes ao nosso país,
pois o PANDEMMY, um ótimo quinteto vindo de Recife (Pernambuco), mostra garras
bem afiadas com seu primeiro disco, o ótimo "Reflections & Rebellions",
após dois EPs e um Demo CD.
A banda é adepta com unhas e
dentes a um híbrido entre Death e Thrash Metal, mas não se iludam: a
personalidade deles se sobressai demais, quase rompendo as fronteiras do
gênero, já que lançam mão de melodias bem feitas em vários momentos, fora os
riffs empolgantes em mudanças rítmicas extremamente bem compostas. Ou seja, a
fórmula, já usada muitas vezes, acaba ganhando uma roupagem nova, cheia de
energia e vigor.
Vocais que oscilam entre
timbres mais rasgados e alguns momentos guturais, guitarras roncando furiosas
em riffs sólidos e solos bem feitos (onde as melodias ficam ainda mais
evidentes), base baixo/bateria bem sólida e coesa. E o resultado é
satisfatório, bem acima da média.
A produção, feita pelo
veterano Fabiano Penna (ex-guitarrista do THE ORDHER e do REBAELLIUN), é bem
seca e dá um toque de agressividade ao trabalho, com um nível sonoro muito bom.
Poderia ser melhor, mas está anos luz de ser algo ruim, pois os instrumentos
estão audíveis e podem ser percebidos sem esforços, deixando a banda bem
exposta. A arte, um trabalho de Alcides Burn (theburnart.blogspot.com) ficou em
bom nível gráfico, e com uma capa enigmática. E ainda não falmos dos convidados
Antônio Araújo (guitarrista do KORZUS) e Alcides Burn (vocalista do BURN IN
PAIN, INNER DEMON RISE e NEXT PAIN) em "Heretic Life", Raíssa Leal
(com vocais adicionais) em "Common is Different than Normal",
Alexandre de Orio (guitarrista do CLAUSTROFOBIA) no solo de "Rubicon
(Point of No Return)" e o próprio Fabiano Penna no solo de "Without
Opinion".
]Quando se fala em conteúdo,
podemos dizer que apesar de ser seu primeiro Full Length, a banda realmente
mostra um nível de composição muito bom, fugindo bastante dos pontos comuns e
clichês, fazendo algo que pulsa com vida e cheio de energia, capaz de levantar
múmias dos sarcófagos sem esforço, em qualidade distribuída entre as 10 faixas
do disco ("Farewell" é uma introdução).
As melhores: "Mind
Effigies" (onde pelos primeiros acordes já se percebe que estamos lidando
com um bom trabalho, com riffs e solos bem diferenciados), a raivosa e
agressiva "Self Destruction" (reparem bem na força dos vocais e suas
boas variações), a empolgante "Common is Different than Normal"
(novamente o trabalho de guitarras faz a diferença, com seus ótimos riffs
cadenciados e solos melodiosos com boa técnica), a bruta e opressiva
"Idiocracy", a refreada e bruta "WIthout Opinion" (baixo e
bateria mostram bom nível técnico e a força de seu entrosamento), a bruta
"Heretic Life", a cativante "Rubicon (Point of No Return)"
(não se fale em solos aqui! Estão ótimos, e ponto final), e "Ode to the
Renegade" (incrível uma faixa tão boa fechar o CD, mostrando alguns riffs
mais melodiosos e com certo toque de modernismo metálico, e que duetos de
solos).
Sim, estamos vendo surgir um
ótimo nome no Metal nacional, e tenham certeza: sabendo evoluir, esses caras
terão muito a nos dar em termos de música. Agora que já leu a resenha,
que tal comprar o seu CD físico e espalhar a Pandemia? Só seu vizinho fã de
pagode, axé, funk, forró e derivados é que não vai gostar...
By Marcio “Big Daddy”
Garcia
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