Em 35 minutos a banda Pandemmy nos entregou um trampo coeso, carregado e suficientemente pronto para ser considerado um dos melhores lançamentos nacionais em 2020. Isso prova que o tempo sendo inteligentemente aproveitado, se torna elástico, relativo na forma rica e variada que a banda compôs e executou esse trabalho. Com nove faixas autorais e dois covers e um começo pesadíssimo e sabiamente lento, talvez para dramatizar mais ainda o tema de Deforestation, foi uma escolha acertada. Já a próxima, Neohate, o Death/Thrash Metal veloz toma conta seguido de Free Mumia (A Panther In The Cage). Webchaos “desacerela” em alguns momentos, porém com um refrão rápido e dos mais expressivos, nos brindando com um belo solo de guitarra, um dos destaques desse disco. Xenophobia com parte da letra em português, deixa bem claro a importância que a Pandemmy dá a sua parte lírica. Pelos títulos já dá pra perceber como a banda se posiciona bem e sem medo de perder “seguidores” nesses tempos de metal reaça, graças as letras do guitarrista , Pedro Valença. Com um belo dedilhado no ínicio, I Choose My Blood acentua o lado melódico da banda. Segue muito peso em Terror Paranoia , para a seguir vir uma surpresa em meio ao peso. The Illusions of Suffering é uma daquelas preciosidades que você encontra em um álbum, que destoa absurdamente de toda a agressividade contida nele e justamente por esse motivo, cria uma áurea toda especial, como se arrancasse das entranhas das composições aqueles detalhes melódicos e belos, que sutilmente sempre aparecem em meio ao peso do Death/Thrash Metal praticado pela Pandemmy e que normalmente dá um plus a mais à banda em todos os seus trampos. 1'40 min quase bucólico com um belo violão para quase emendar com Charlottesville, outra de uma riqueza de variações e climas que fecha muito bem a sequência autoral, não deixando de destacar o solo de um dos melhores baixistas de música extrema, Marcelo Santa Fé. Outro ponto a destacar é o trampo vocal de Guilherme Silva (também guitarrista) , estreando aqui nessa função. Talvez resolvendo de vez o antigo problema que a banda sofre a tempos de troca de vocalistas em todos os discos. O cd físico encerra com dois bons covers: Wheels Of Fire (Manowar) e Dominios Of Death (Vulcano). Vale sempre ressaltar a arte de capa legal e bem obscura do Deafbird Design Lab que adornam de uma forma harmoniosa o conteúdo sonoro. A Pandemmy sempre consegue em cada disco nos apresentar um trabalho diferente sem nunca perder sua personalidade e muito menos a qualidade e isso nem sempre é algo fácil.
Por Guga Burkhardt
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